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Descobrir os Açores 3 – by Malagueta Viagens

Continuação…

DIA 3 – SÃO MIGUEL

Saímos cedo. O nosso destino são as Furnas mas até chegarmos ainda há muita coisa para ver.

Pela estrada junto à costa passamos por São Roque, terra do Pauleta, pelas praias das Milícias e do Pópulo, e pela Lagoa. Paramos no Miradouro do Pisão, perto de Ribeira Chã, para apreciar a vista: da Caloura à direita até Água de Alto à esquerda.

Continuamos a viagem pela estrada que nos leva até Vila França do Campo, primeira capital da ilha e do arquipélago que em 1522 se viu destruída pelo terramoto. Foi este trágico acontecimento que impulsionou o desenvolvimento de Ponta Delgada, a elevou a cidade e a atual capital da ilha.

Doce Ilhéu

Quem chega a Vila Franca do Campo procura sobretudo 2 coisas: provar as queijadas e ver o ilhéu. Nós não somos excepção!

Mas se as famosas queijadas estão logo ali, junto à marina, na moradia branca de portadas verdes, já o ilhéu, esse, só o podemos ver ao longe. Segundo a Paula, a melhor vista é a do miradouro que fica em frente à Ermida de Nossa Senhora da Paz.

Dali temos uma visão ampla para a vila e para a pequena ilhota. Ultimamente, o Ilhéu de Vila Franca do Campo é palco de uma das etapas do Red Bull Clif Diving, uma prova de saltos para água, mas há muito que os micaelenses se divertem por ali a dar mergulhos no mar.

sao miguel

O Vale Encantado

Serpenteamos durante 15 km em direcção ao interior da ilha. A entrada no Vale da Furnas é de Dar Graças a São Miguel, tal a sua beleza, e torna interminável a discussão sobre qual o local mais bonito da ilha. Ninguém consegue eleger um só sitio.

Paramos o carro e caminhamos até à margem da lagoa sem nos cruzarmos com ninguém. Ouvem-se os pássaros e nada mais.

De frente para a lagoa, está a Ermida de Nossa Senhora das Vitórias, uma capela lindíssima de estilo neo gótico. Foi em 1854 que José do Canto, um ilustre intelectual açoriano, prometeu ergue-la caso a sua esposa melhorasse da doença que sofria. Apesar de Maria Guilhermina do Canto não ter sobrevivido o juramento foi cumprido e a capela edificada. E é ali, nas margens da romântica lagoa, que o casal se encontra sepultado.

Se nesta margem da Lagoa a tranquilidade é absoluta, o mesmo não se pode dizer do lado oposto. Na zona das caldeiras o parque de estacionamento está cheio e os autocarros turísticos não param de chegar. Todos querem ver desenterrar o famoso cozido das furnas.

Pelo chão, caldeiras de diferentes tamanhos fervilham e o cheiro a enxofre espalha-se no ar. São os sinais mais visíveis da actividade vulcânica da ilha.

Começa a cair uma chuva miudinha e aproveitamos o pretexto para irmos até à vila provar, à mesa do Tonys, o cozido que a terra demorou 7 horas a cozinhar.

Da parte da tarde tínhamos previsto passear no Parque Terra Nostra, mas a chuva, cada vez mais forte, trocou-nos as voltas. Volta por volta, decidimos ir dar a volta à ilha não sem antes compramos um bolos lêvedos para o lanche. Uma perdição!

 

A 10ª ilha

Das Furnas ao Nordeste não são mais de 40km mas preparem-se para uma viagem demorada. Estrada estreita, curvas e contra – curvas, ora a subir, ora descer… Por alguma razão o nordeste é chamado de 10ª ilha.

Fizemos o caminho debaixo de uma chuva rigorosa, que parecia querer por à prova a nossa vontade de conhecer aquele que é o santuário natural da ilha. Local sagrado para a preservação da floresta nativa e de espécies raras como o priolo .

O lado Este de São Miguel é o lado das serras e montanhas, das encostas acentuadas, das cascatas e  dos miradouros com vistas soberbas.

Assim que chegamos à costa norte já temos sol outra vez… típico dos Açores!

São quase 5 da tarde, tea time! Nem de propósito já que a próxima paragem é na fábrica de chá Gorreana.

Os Açores são o único local da Europa onde se cultiva chá. Um facto curioso é que da mesma planta se produz o chá verde e preto, mediante o método como as folhas são processadas. Quanto ao aroma e intensidade, esses variam conforme as folhas seleccionadas.

Nós escolhemos um Orange Pekoe, leve e aromático, que saboreamos devagar. Chegou a hora de nos despedirmos de São Miguel.

Terminamos a viagem, com sol e céu azul. Melhor só mesmo aquela vista, as intermináveis plantações de chá que parece que só terminam onde começa o mar.