Açores – O melhor da Ilha do Pico

A Ilha do Pico pode ser a segunda maior das nove do arquipélago dos Açores, mas o seu nome deve-se antes à majestosa montanha homónima. De origem vulcânica, a Montanha do Pico é a mais alta do território Português e é, inclusive, a terceira mais alta do Oceano Atlântico, com mais de 2350 metros acima do nível das águas.

Por isso, a Montanha do Pico é o cartão de visita desta ilha, uma das mais interessantes dos Açores. Numa altura em que o arquipélago se tem tornado num destino de férias obrigatório, perdendo aquele estatuto que almejou durante muitos anos de ser um dos destinos mais secreto do continente europeu, a Ilha do Pico assume a sua importância com uma beleza natural única.

Para quem gosta de caminhadas, de Natureza e de tempo para se conectar consigo próprio, subir ao Pico é uma experiência incrível. No topo, o Pico Pequeno – ou Piquinho -, a vista é de cortar a respiração. Pela sua riqueza natural, a montanha é classificada como um Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000, o que demonstra a importância do seu património biológico.

Mas a Montanha do Pico não é a única paisagem protegida da Ilha do Pico. Também a sua paisagem vinhateira é classificada pela Unesco como Património da Humanidade. O Pico é um dos principais produtores de vinho dos Açores e esta área de vinhas desenha um padrão de mutos de pedra que mais parece um labirinto junto à costa. Estes pequenos muros de pedra vulcânica, construídos pela mão humana, serviam para proteger os lotes das intempéries do mar e do vento.

Outra das visitas obrigatórias naturais da Ilha do Pico é a Gruta das Torres. Com mais de 5100 metros, é uma aventura incrível para todos, incluindo os amantes da espeleologia. Este Monumento Natural Regional disponibiliza ainda visitas guiadas a todos os que pretendem saber mais do ponto de vista ecológico e geológico.

Mas a Ilha do Pico não se faz apenas da sua beleza natural. A antiga tradição baleeira, que ajudou a fundar a ilha, está hoje cristalizada no Museu da Indústria Baleeira de São Roque do Pico, que perpetua essa memória. Era aqui que se transformavam os cachalotes capturados ao largo do arquipélago e hoje é uma unidade museológica para toda a família, que valoriza a identidade cultural do Pico.

Depois do museu, não pode deixar de visitar a Vila das Lajes, uma antiga localidade baleeira. O espólio é ainda visível – do Museu dos Baleeiros à antiga fábrica SIBIL – e valoriza ainda mais esta memória. Além disso, a vila é um conjunto arquitectónico harmonioso, com exemplos religiosos e uma festa anual muito interessante, que é a Semana dos Baleeiros em Honra da Nossa Senhora de Lourdes.

Do ponto de vista da arquitectura religiosa, o destaque vai inteirinho para a Igreja da Nossa Senhora da Piedade. É uma igreja do século XIX, cuja pedra negra é típica dos Açores. É uma igreja rica e bem ampla, tendo um dos mais belos frontispícios de pedra lavrada de todas as ilhas dos Açores. Infelizmente, a sua famosa custódia de prata dourada de grandes dimensões foi entretanto transferida para o espólio da Sé de Angra do Heroísmo.

A Ilha do Pico tem ainda como forte cartão de visita os seus moinhos de vento. Existem dois particularmente interessantes, que valem a pena a visita. O primeiro é o da Ponta Rasa e o segundo o do Morricão. São ambos vermelho forte e estão totalmente recuperados, apesar de já não operarem. Destacam-se pelas suas velas de madeira rectangulares, pelo embasamento de alvenaria e o piso superior construído em madeira.

Finalmente, destaque para o Forte de Santa Catarina, um dos mais belos exemplares da arquitectura militar de todo o arquipélago dos Açores. Foi construído no século XVIII e, depois de um período de abandono, foi recuperado em 2006. Actualmente, é um espaço privilegiado, especialmente pela sua vista brutal sobre o Oceano Atlântico, mas não só.

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